sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Assim Seja

Assim Seja

Era uma vez uma mulher, chamada Carmem Maria, que não queria ter olhos de ver, mas apenas seus belos olhos verdes, e que no fim do primeiro amor murmurou “continuarei a ser bela e faceira”, e no fim do segundo voltou a defender sua faceirice sistemática, e no terceiro proclamou, com sua beleza, “vou dar a volta por cima”, e no quarto o eterno repetitório, e recentemente, quando Lúcio foi embora, tapinhas nas costas, as amigas lhe garantiram “não é nada, Carmem Maria!, você vai dar a volta por cima”. Carmem Maria vai dar a volta por cima senão não se chama Carmem Maria!
Era uma vez um homem chamado “Joaquim, que tirou Josefa da Voluntários, “pois deste limão hei de fazer uma limonada” – disse -, e levou-a ao ginecologista, e encaminhou-a para um teste de AIDS, e lhe deu casa na Glória, “ pois deste limão...”, e lhe deu até dentista, mas Josefa traiu Joaquim, arrumou amantes, depois um gigolô, e Joaquim suicidou-se, depois de deixar sua mensagem “doce me foste, mesmo sendo limão.”
Era uma vez uma santa mulher, viúva, o marido foi morto pela polícia que pegou o homem errado, “mas que fazer – ponderou – Deus escreve certo por linhas tortas!”, e que tinha uma filha que engravidou aos 14 anos, “mas Deus escreve certo por linhas tortas!” – insistia -, e outra, mais velha, se casou, traiu o marido, se separou e que, embora se tornasse prostituta, a mãe dizia, no leito de morte, “Deus escreve certo por linhas tortas”!
Era uma vez uma mulher...

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